segunda-feira, 10 de maio de 2010

HISTÓRIA DE UM BRAVO 12


CAPÍTULO XII


Seu Chiquito não gostava de possuir cavalos e tampouco montá-los, justamente por isso percorria a fazenda na sua velha camionete usando trilhas ou mesmo passando  por cima do pasto baixo. Um dia, ao fazer um itinerário mais distante, levou consigo um rapazinho apenas como companhia. E lá foram eles. A certa altura do trecho chegaram a uma velha tranqueira, o rapaz, que já era um motorista bom, achou o espaço estreito para carro. Com jeito, disse que era melhor parar e avaliar. Ainda no carro estudou um pouco a questão e avisou o motorista que não dava para passar de jeito nenhum. Seu Chiquito atrás do volante, com sua característica impaciência, protestou dizendo que daria para passar sim.  Iniciou-se  uma teimosia: Dá, não dá, dá, não dá. O rapazinho saiu do carro, foi para frente da passagem, mediu a largura da porteira com o olho e pensou (só pensou): não passa; principalmente com esse motorista atirado. Com muito jeito, disse: _Sô Chiquito, se eu fosse o senhor não tentaria passar! O velho fazendeiro não era homem de se convencer fácil, nem tão pouco dava braço a torcer. Cansou do lenga-lenga. Acelerou o carro como se houvesse um morrão a vencer, passou pelo vão da velha porteira num rompante só espalhando cacos de retrovisor por todo lado, rasgando as laterais do carro naquela estreiteza e embaçando tudo com fumaça. O rapazinho assustado e com os olhos esbugalhados ainda escutou :_Não falei que dava?

Continua...



Um comentário:

Bia*-* disse...

Eu adoro este causo!
kkk
Tá ficando cada dia melhor. Beijo!