domingo, 28 de março de 2010

HISTÓRIA DE UM BRAVO 3

CAPÍTULO III


Trabalhava como ninguém, acordava às 5h da manhã e chamava de preguiçoso quem ficava na cama depois disso, botava os filhos para fora aos gritos: _ Tá na hora! Tá na hora! Enquanto todos corriam para acompanhá-lo para a venda ele percorria a chácara. Tratava das galinhas, coordenava o fubá dos porcos, dava as ordens para a capina e por aí  afora. Nessa época ele tinha adquirido uma rural velha com uma estreita faixa amarela pintada em toda a extensão e já sem o banco do passageiro. Ele dirigia sem muito cuidado, quem quisesse é que tinha que sair da frente, a faixa amarela do carro era útil nessa hora, quando avistada servia como alerta, pois o veículo era simplesmente tocado. Quando ele entrava na rural e batia a porta rumo à venda, quem precisasse de carona já tinha que estar sentadinho atrás, do contrário ele não esperava, nem mesmo a mulher ou algum filho com hora de escola. A chácara ficava longe da cidade com um morrão danado pra subir. Ele ia com a rural soltando fumaça e a família correndo, a pé, atrás.

continua...

Nenhum comentário: