quinta-feira, 4 de junho de 2009

OS MAIS VENDIDOS


É possível se chegar a mais uma triste conclusão ao ler as listas dos livros mais vendidos no país publicadas em revistas e jornais. Alguns títulos conjugados com seus autores já dão ideia do quanto os brasileiros, além de lerem pouco, leem mediocridades. Sabe-se que minoria não elege nada e tão pouco serve de estatística para alguma coisa, cabe então à maioria ser mais exigente com suas escolhas literárias para que com o tempo o baixo nível dessas listas melhore. Exemplos que podem ilustrar esse fato foi a longa permanência dos livros de Paulo Coelho nessa coletânea em uma conceituada revista semanal, chegando até a duzentas e sessenta semanas (cinco anos). Assim também vemos bobagens do tipo Quem comeu do meu queijo e O Monge e o Executivo fazendo o maior "sucesso".

Temos agora outro fenômeno: Comer, Rezar, Amar, atualmente consta em primeiro lugar mas, já figurando em boas colocações há mais de sessenta semanas na categoria "Não Ficção". Realmente é outro assombro. É um livro muito ruim, não possui qualidade em sentido algum, o sucesso de vendas pode ser explicado pelo título que a bem da verdade é bem sugestivo. Contudo, espera-se que muitos leitores que foram levados pelo impulso do nome do livro tenham se decepcionado, evitando assim que seja citado por aí com um livro sensacional. Bom mesmo é considerar que pega muito mal ficar elogiando literatura burra e, coincidência ou não, esses livros autoajudantes medíocres são os que mais vendem.

Dizem os entendidos que é melhor ler livro ruim ao invés de nada ler, será? Esse enfoque só funciona se houver uma conjunção com a ascensão literária, isto é, cria-se o gosto pela leitura juntamente com a exigência pela qualidade do que se lê. Dessa forma é aceitável começar de algum modo, o mais comum é ir por meio de gibis, passar pelos livros de bolso, logo depois pelos paulos coelhos e daí em diante só desejar bons escritos e se possível com alguma fundamentação. Situações formadas a partir das ideias dos que leem disparates podem contribuir com uma parcela considerável de equívocos. Talvez seja mais confortável, talvez mais seguro conviver com outros tipos de ignorâncias.

3 comentários:

Bia*-* disse...

Acho que é a primeira vez que concordamos em gênero, número e grau. Beijo

Eurico de Andrade disse...

Mariza,
Que bom descobrir que aminha ex-aluna tem um blog dados às grandes filosofias, onde começa por Platão passando por Nietzsche e JC, até chegar ao nível tupiniquim de Robeto P. de Toledo... Muito bom, mas bom mesmo é quando você mete a lenha nos mais vendidos. Como a Mônica escreveu, concordo com você em gênero, número e grau. São tantas mediocridades e nulidades vendidas por aí numa roupagem envolvente mas que nada acrescentam. Ao contrário, emburrecem. Sugiro a você que escreva - se já não o fez - sobre a música nacional. Quanta tristeza!!!
Fico por aqui. PArabéns pelo seu blog e abraços no monte de irmãos, quase todos tb meus ex-alunos. OBs.: você tem que voltar a escrever no blog, não pode parar.

everaldo disse...

eu sempre pensei q lixo literário tipo os paulos coelhos da vida eram tipicos de paises tupiniquins, mas o citado acima já ganhou medalha na frança e por ai vai. o mau gosto independe de um povo, mas, o sucesso absoluto da mediocridade sim, depende do povo. o brasil é um dos terrenos mais férteis para o lixo auto ajuda, vc deixou de citar: O vendedor de sonhos, este lixo foi escrito por um escritor espanhol e só emplacou no brasil, acredite, vendeu milhões de livros, eu disse, milhoes, volto a dizer, escreve é para poucos, muito poucos, pois a falta de cultura parece q é para muitos, muitos,,,,,,,,,